VECTO E VHIT

Tanto a vectoeletronistagmografia (que pode ser abreviada para vecto ou VENG) quanto o VHIT (video impulse test ou teste do impulso cefálico) são exames usados para avaliação de pacientes com tontura. Neste post, vou falar sobre a utilidade de cada um deles e a diferença entre eles. 

Este é um post detalhado. Se quiser uma leitura mais rápida, clique aqui.

EXAMES DO LABIRINTO

Os dois exames avaliam o funcionamento do labirinto e objetivam mostrar se a tontura é devido a doença do labirinto e qual efeito dessa doença causa no labirinto.

VECTOELETRONISTAGMOGRAFIA

A Vecto consiste em monitorar o movimentos dos olhos do paciente, através de eletrodos colocados no rosto do paciente, enquanto ele segue com os olhos o movimento de uma barra de luz, e durante a injeção de ar ou água quente e frio(a) no ouvido do paciente, chamada de prova calórica. Os pacientes sentem tontura durante o teste, principalmente na prova calórica. Esses testes são feitos para cada ouvido separadamente, mas testa o labirinto como um todo, sem separar suas partes, e numa frequência baixa de estímulo.

Figura 1- Primeira parte da vecto.
Figura 2- Segunda parte da vecto, a prova calórica

Exige um preparo leve para o exame, como a suspensão de alguns medicamentos, especialmente os usados para tontura, evitar abuso de cafeína no dia do exame e vir com o estômago vazio. 

RESULTADOS

O tipo e a velocidade do movimento dos olhos vai mostrar se a alteração é do ouvido (labirintopatia periférica) ou das áreas centrais, como  cérebro e tronco encefálico (labirintopatia central), o que é extremamente importante, já que diferencia causas neurológicas de causas otorrinolaringológicas de tontura. Além disso, mostra se o labirinto está com função menor do que o normal, o que é chamado de hipofunção vestibular. Também pode mostrar quando não há doença própria do labirinto e sim alteração do funcionamento do vestibular  como reflexo de outro tipo de doença (metabólica, cervical,etc), o que é chamado de disfunção vestibular periférica (anteriormente denominado síndrome vestibular irritativa). 

Figura 3- Exemplo de resultado de vecto

VHIT

Já o VHIT é feito usando um óculos especial que monitora o olho do paciente durante movimentos bruscos de cabeça realizados pelo profissional, em busca de sacadas corretivas.

Esses movimentos são muito mais rápidos do que o teste da vecto, e numa frequência mais próxima a dos nossos movimentos habituais.

Além disso, ele testa os 3 canais semi-circulares de cada lado (veja mais sobre anatomia do ouvido no post específico) de maneira isolada, localizando melhor a lesão, se houver.

Em geral, o paciente não queixa tontura durante o exame, mas pode queixar dor cervical, já se já houver patologia cervical prévia. Poucas medicações precisam ser suspensas antes do exame e o preparo consiste basicamente em retirar todo tipo de maquiagem previamente ao exame. 

Figura 4- Execução do VHIT
Figura 5- Exemplo de resultado de VHIT

EXAMES DIFERENTES E COMPLEMENTARES

Como os dois exames testam o labirinto de maneiras e frequências diferentes, eles podem e costumam dar resultados diferentes, sendo considerados complementares, ou seja, um não substitui o outro e sim acrescenta mais um dado. Isso é bom, já que certas doenças afetam o ouvido nas frequências altas e outras nas frequências baixas, e a junção dos dois exames consegue testar todos os dados do labirinto.

Figura 6- Frequências testadas nos exames em comparação com a frequência dos movimentos naturais da cabeça.

Claro que esses resultados devem ser interpretados de acordo com as queixas do paciente, porque só a junção da consulta com os exames é que dará o diagnóstico correto da doença.

RESUMO DAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS

VECTO

*Diferencia causa central e periférica de tontura

*Frequência baixa de estímulo

*Testa o labirinto como um todo

*Considerado mais incômodo para o paciente

*Preparo para o exame

V-HIT

*Não diferencia causa central e periférica de tontura

*Frequência alta de estímulo, mais próxima a dos movimentos habituais

*Testa cada canal semicircular separadamente 

*Gera menos tontura durante realização do exame

*Pode gerar dor cervical durante exame se já houver doença prévia deste local

*Retirar maquiagem é o preparo básico deste exame

Dra Kênia Assis Chaves

Médica Otorrinolaringologista

CRMMG 52018

RQE 33072

Quer agendar uma consulta? Acesse nossa página de agendamento

Posts recentes

Rinite pode virar sinusite?

Sim! Rinite é uma inflamação do nariz, que pode ser de causa alérgica ou viral. Conforme essa inflamação evolui, pode gerar dificuldade de drenagem das

Ler mais »

Marque sua consulta:

Kenia Assis Chaves - Doctoralia.com.br

Entre em contato:

Local de Atendimento

Endereço: Consultório, Rua Professor Benjamin Coluci 100, Juiz de Fora

Telefone principal e Whatsapp : (32) 998457-1323

Outro telefone: (32) 99945-5774

×

Powered by WhatsApp Chat

× Como posso te ajudar?