Disfonia é qualquer alteração da voz. Dividimos em :
- Funcionais: por uso inadequado da voz. São as mais frequentes e podem ocorrer por:
- alteações psicológicas;
- pessoas que modificam propositalmente a voz, seja para imitar alguém ou porque não gosta da sua voz natural;
- alterações estruturais mínimas: alterações antômicas muito pequenas, cuja única alteração é da voz, muito discreta, e muitas vezes apenas profissionais da voz vão perceber. Os mais importantes são:
- cisto epidermoide: acúmulo de tecido epitelial na borda da prega vocal, gerando um abaulamento local. São unilaterais e o tratamento é com fonoterapia e cirurgia.
- sulco vocal (no video é o que eu chamdo de sulco estria): pequena depressão nas pregas vocais, alterando a vibração da prega vocal e, por isso, leve alteração da voz. Poucas vezes é necessário tratar, com cirurgia e fonoterapia.
- microdiafragma: porção de pele ligando as duas pregas vocais, na sua porção mais anterior. Quando necessário tratamento, é através de cirurgia.
- vasculodisgenesia: vaso sanguíneo muito evidente e saliente na prega vocal. Quando necessário, o tratamento é com cirurgia.
- Mistas ou organo-funcionais: quando o uso inadequado da voz gera lesões anatômicas nas pregas vocais. Os mais comuns são:
- nódulos vocais: popularmente chamados de calos vocais, correspondem a um espessamento na área de maior trauma entre as pregas vocais (entre o terço médio e terço posterior) causado por técnica vocal inadequada, ou seja, por usar muita força para falar. O tratamento é essencialmente com fonoterapia. Raramente é necessário cirurgia, apenas quando não há sucesso da fonoterapia.
- pólipos vocais: pequenos tecidos aderidos a prega vocal, prejudicando o contato entre elas e formando fendas vocais. O tratamento é com fonoterapia e cirurgia.
- edema de Reinke: típico dos tabagistas, é o inchaço das pregas vocais, bilateral, simétrico, causado pelo cigarro. Mais comum em mulheres e provoca uma voz masculinizada e grossa. O tratamento é parar de fumar, fonoterapia e cirurgia.
- Anatômicas: como tumores, traumas e malformações.
Qualquer rouquidão ou alteração da voz deve ser avaliada pelo médico otorrinolaringologista através de um exame chamado videolaringoscopia ou videonasolaringoscopia, que filma as pregas vocais e visualiza as lesões descritas acima. Através dele o otorrinolaringologista vai indicar o melhor tratamento para o paciente.
Dra Kênia Assis Chaves
CRMMG 52018
RQE 33072
